A viagem deste mês nos leva a conhecer muito da cultura do sudoeste asiático, especialmente das Filipinas. Vamos então descobrir um aroma novo e um mito desse lugar tão especial?
“A Tecelã relaxou no abraço dele, sentindo o cheiro de Alaric, o aroma de sândalo e sabonete de calamansi e a pele aquecida pelo sol. A mão dele estava pousada na lombar de Talasyn, fazendo uma carícia leve, e ela sabia que sentiria aquele toque muito depois que Alaric se afastasse.“
O item de olfato deste mês vem em homenagem ao nosso protagonista e remete a um fruto chamado calamansi, também conhecido como kalamansi, calamondina, lima-filipina, ou limão-filipino, é um híbrido de citros, cultivado predominantemente nas Filipinas e de grande importância econômica para este povo, podendo também ser encontrado em partes da Indonésia, Malásia e Brunei, bem como em partes do sul da China e Taiwan.
O calamansi está presente em toda culinária tradicional das Filipinas. É naturalmente muito azedo e usado em vários condimentos, bebidas, pratos, marinadas e conservas. Seu sabor é bastante ácido, mas sua casca é doce. Rica em vitamina C, a fruta é usada como cubo de gelo ou em chás, refrigerantes, água saborizada e coquetéis. Geléias e licores de calamansi, também são muito apreciados
Na culinária filipina, o suco é usado para marinar e temperar peixes, aves e carne de porco. Também é usado como ingrediente em pratos como sinigang (um caldo azedo de carne ou frutos do mar) e kinilaw (peixe cru marinado em vinagre e/ou suco cítrico). Como condimento em pratos como pancit ou lugaw, ou no sawsawan básico (molho) de suco de calamansi e molho de soja/molho de peixe usado para peixe, rolinhos primavera, bolinhos e vários pratos salgados.
As Filipinas são o único grande produtor de calamansi e exportam até 190.000 toneladas do seu suco de frutas por ano para os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Canadá e Hong Kong, entre outros.
E falando um pouco sobre mitos, chegou a hora de conhecer BUKANAWA – O DRAGÃO DEVORADOR DE LUAS!
Na nossa história muito dessa mitologia é usada como forma de construção de mundo dos personagens.
“— Quando o mundo era jovem e tinha oito luas, Bakun foi o primeiro dragão a romper o etercosmos e fazer seu lar em Lir — começou ela. — Ele fez seu ninho em algum lugar dessas ilhas e, um dia, acabou se apaixonando pela primeira Zahiya-lachis, que se chamava Iyaram.”
Aqui no nosso mundo, a mitologia filipina conta que é um dragão frequentemente representado como uma gigantesca serpente marinha. Ela aparece como uma gigantesca serpente do mar com uma boca do tamanho de um lago, uma língua vermelha, bigodes, pequenos fios nas laterais e dois pares de asas, uma grande e cinza, enquanto a outra é pequena e é encontrada mais abaixo em seu corpo.
Durante os tempos antigos, os filipinos acreditavam que existiam sete luas criadas por Bathala para iluminar o céu. E que os Bakunawa, maravilhados com a beleza delas, se levantariam do oceano e engoliriam as luas inteiras, enfurecendo Bathala e fazendo com que fossem inimigos mortais. Vem daí a ideia de serem eles a causa dos eclipses lunares.
Para evitar que as luas fossem totalmente engolidas pelos Bakunawa, os filipinos saíam de suas casas com panelas e potes fazendo barulho para assustar os dragões, obrigando-os a cuspirem a lua no céu.
Outra estratégia de algumas pessoas das aldeias era a de tocar sons suaves com seus instrumentos musicais, na esperança de que o dragão caísse em sono profundo. Assim, os bravos homens da aldeia, esperavam que enquanto o dragão fosse hipnotizado pelos sons musicais, eles poderiam de alguma forma matar o dragão. Embora o dragão fosse conhecido como "comedor da lua", também o era como "comedor de homens".
Outros contos dizem, que os Bakunawa tinham uma irmã na forma de uma tartaruga marinha. A tartaruga marinha visitaria uma certa ilha nas Filipinas para depositar seus ovos. No entanto, os moradores logo descobriram que toda vez que a tartaruga marinha ia para a praia, a água parecia segui-la, reduzindo assim o tamanho da ilha. Preocupados com o desaparecimento de sua ilha, os habitantes mataram a tartaruga.
Quando os Bakunawa descobriram isso, furiosos surgiram do mar e comeram a lua. As pessoas ficaram com tanto medo, que oraram a Bathala para punir a criatura. Bathala recusou, mas em vez disso disse-lhes para baterem em alguns potes e panelas, a fim de perturbar a serpente. Feito isso, a lua foi regurgitada e os Bakunawa desapareceram, para nunca mais serem vistos.