Este mês iremos revisitar Nocturna, da autora Maya Montayne, que é o primeiro livro da trilogia "Forged in Darkness", uma fantasia inspirada na cultura latina, combinando magia, ação e explorando temas como identidade, redenção e luta contra as trevas interiores.
A história segue a jovem ladra Finn Voy, que possui a habilidade de mudar sua aparência, e o príncipe Alfie, que está determinado a recuperar a magia perdida para salvar seu reino. Após libertarem um poder sombrio, os dois devem trabalhar juntos para evitar que a escuridão destrua tudo.
Maya Montayne é descendente de dominicanos e porto-riquenhos, e suas raízes latinas influenciaram fortemente a construção do mundo mágico de Nocturna, trazendo um toque autêntico e culturalmente rico para a trama.
Ela também se inspirou em histórias que cresceu ouvindo e buscou representatividade na literatura fantástica, um gênero que muitas vezes carece de protagonistas latinos.
O processo de escrita foi demorado, pois Montayne queria construir um universo mágico que equilibrasse elementos familiares de fantasia com uma perspectiva única e diversa. Ela trabalhou intensamente no desenvolvimento de personagens que refletissem tanto lutas pessoais quanto sociais.
Você vai encontrar mais de Maya Motayne no seu site oficial mayamotayne.com e em slgumas plataformas sociais, como:
X: @mayamotayne
Instagram: @mayamotayne
Goodreads: Maya Motayne
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Preparamos uma playlist que irá te deixar ainda mais imerso nesse universo, com toques de magia, poder sombrio e um reino em perigo:
A perspectiva Decolonial de Nocturna
Assista esse vídeo que traz reflexões interessantes sobre o livro e suas temáticas:
Sobre fantasia e latinidade
O Realismo Mágico, Realismo Fantástico ou Realismo Maravilhoso, foi um movimento literário que surgiu no século XX no continente americano.
Ele teve seu apogeu nas décadas de 60 e 70 como resposta aos movimentos ditatoriais da América Latina.
Os movimentos ditatoriais e totalitários que se alastraram na América Latina durante o século XX, foram propulsores para a criação do gênero fantástico na literatura.
Vale lembrar que a literatura, tal qual as artes em geral, são produzidas em determinados contextos e por mais que se tratam de obras fictícias, os autores que as criam, reproduzem, de alguma maneira, a realidade e contexto em que vivem.
Assim, muitos escritores latino americanos destacaram-se no movimento do realismo mágico (realismo maravilloso, em espanhol) que adquiria forma a partir dos anos 40.
Ele teve como marco inicial a obra “Letras y hombres de Venezuela” (1948), do escritor venezuelano, Arturo Ular Pietri, o primeiro a utilizar a expressão na América Latina.
Depois dele, muitos outros escritores buscaram a fusão de elementos reais e fantásticos para expressar e sobretudo, criticar determinados padrões e conjunturas que ocorriam no mundo e na América Latina.
Isso tudo, ao mesmo tempo em que se distanciavam da literatura fantástica europeia, para criarem algo mais identitário.
Principais autores e obras
No Brasil, os escritores que apresentaram características da literatura fantástica foram:
- Murilo Rubião (1916-1991) e a obra “O ex-mágico” (1947);
- José J. Veiga (1915-1999) com a obra “Os Cavalinhos de Platiplanto” (1959).
No continente americano, os atores hispano-americanos que se destacaram com a literatura fantástica foram:
-O escritor venezuelano Arturo Uslar Pietri (1906-2011) e suas obras “A chuva” (1935) e “Letras e homens da Venezuela” (1948).
-O escritor guatemalteco Miguel Angel Astúrias (1899-1974) e suas novelas “O senhor presidente” (1946) e “Homens de milho” (1949).
-O escritor peruano Mario Vargas Llosa (1936-) e suas obras “A Casa verde” (1966) e "Conversas na catedral" (1969).
-O escritor panamense Carlos Fuentes (1928-2012) e sua novela “Aura” (1962) e "Troca de pele" (1967).
O escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) com suas obras “Cem anos de solidão” (1967) e “O outono do patriarca” (1975).
O escritor argentino Jorge Luís Borges (1899-1986) e sua obra de contos intitulada “Ficções” (1944).
O escritor argentino Júlio Cortázar (1914-1984) e suas obras “História de cronópios e de fama” (1962) e o “O jogo da amarelinha” (1963).
O escritor cubano Alejo Carpentier (1904-1980) com suas novelas “Reino deste mundo” (1949) e “Os passos perdidos” (1953).