- Apropriação Cultural: as implicações éticas de um autor branco roubando e publicando uma história sobre trabalhadores chineses, levantando questões sobre quem tem o direito de contar certas histórias.
-Identidade e Representação: as nuances da identidade e a pressão sobre autores para escreverem sobre seus traumas, enquanto autores brancos frequentemente enfrentam menos restrições.
- Impacto das Redes Sociais: o papel das redes sociais na formação da percepção pública e como o discurso online pode influenciar a carreira de um autor.
- Racismo e Privilégio: inerentes na indústria editorial e na sociedade como um todo.
-Ambiguidade Moral: personagens são retratados com profundidade e complexidade, borrando as linhas entre certo e errado, e desafiando os leitores a questionarem seus próprios preconceitos e suposições.
Começando então do começo, por que o livro originalmente se chama YELLOWFACE?
Essa expressão refere-se à prática em que pessoas não asiáticas (geralmente brancas) se caracterizam para parecer asiáticas, muitas vezes de maneira caricatural e estereotipada.
Isso já foi feito inúmeras vezes no cinema, por exemplo, e é semelhante ao "blackface", que envolve pessoas brancas se pintando para representar pessoas negras, ou “redface” onde se fantasiam de indígenas.
O "yellowface" é visto como ofensivo porque perpetua estereótipos negativos e desumaniza as culturas asiáticas, além de excluir, em diversos segmentos, asiáticos de papéis que deveriam lhes pertencer.
Veja aqui alguns exemplos:
(não esqueça de ativar a legenda em pt)
No livro também é mencionada a LEITURA DE SENSIBILIDADE. Você sabe o que isso significa?
Seria uma análise realizada em uma obra literária, por um especialista sobre um tema, que ele tenha domínio, procurando incoerências nos discursos, uso de palavras e termos que reforçam estereótipos ou que sejam ofensivas, tudo isso para que a representatividade fique mais autêntica e tenha sempre coerência e empatia. Muitas vezes o autor escreve algo por ignorância no assunto, então o leitor sensível aponta como fazer da maneira correta. Mas, não é um trabalho de edição. O profissional contratado indica sugestões, caminhos e alternativas para melhorar a obra. Cabe ao autor aceitar ou não.
